quinta-feira, 27 de setembro de 2007

Soneto do Rio Triste

O rio segue seu curso inundado de tristeza
Conduz no leito a forma escrava da desgraça
Entre destroços de poluição carrega incertezas
Navegando entre dejetos sem que ninguém desfaça

Pede perdão e clemênia a insensatez
De forma exausta entrega-se a graça
Da mão humana que em sua altivez
Mata e destroça sem que ele o faça

Pede o rio, aos senhores da pobreza
A poesia e o canto sem farsa
Com garbo e franqueza

Enquanto plana a sombria garça
Esconde-se o homem da vergonha
Na sua cruel e derradera façanha.

C.Eduardo R. Bastos

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